Fala pra mim assim da boca pra fora que gosta das minhas fugas e do meu jeito sem dona de viver e guarda no armário a gaiola dourada que pensava em me presentear.
Grita de forma sorridente que longe de mim "tudo passa bem, muito obrigada" e que se encanta todos os dias por essa minha liberdade desmedida e descompromissada guardando nas mãos cerradas as chaves do teu coração que era a doce cela pra onde pretendia me mandar.
Anda pelas ruas e estufa no peito a segurança oca de quem faz que não se incomoda com os olhares de desejo vindo de outras moças e pisa forte mantendo a pose de independente deixando presa a menina dos olhos que me quer por inteiro e sempre.
Pega meu celular para ver a hora tratando sem demora de vasculhar ligações suspeitas ou mensagens que possam me incriminar.
Põe a roupa pra lavar e dissimula que não vasculha minha lapela nem procura por outros perfumes que minha camisa possa exalar.
Encena a cena da mulher que não se abala, mas mesmo assim se descontrola querendo pra si um homem que é do mundo, que eu mantenho minha voz calma, te beijo ardentemente calando em você o turbilhão da alma e a confusão dos pensamentos.